terça-feira, 28 de setembro de 2010

E São Paulo djavaneou mais uma vez…

Nos dias 24 e 25 de setembro passados, o consagrado Djavan mostrou, mais uma vez, que o seu talento é ilimitado. Cantando músicas gravadas recentemente no cd Ária, não autoral, e antigos sucessos seus, como Oceano, Lambada de Serpente, Fato Consumado, todos totalmente repaginados, levou ao total delírio os fãs que lotaram o imenso Credicard Hall em São Paulo.
O que se viu foi um Djavan solto, muito mais seguro, feliz e realizado com a execução do seu projeto no novo Ária. O artista sorria durante todo o show, algo difícil de se ver, contaminando seu público com sua alegre simpatia. Pode-se afirmar, sem medo de errar, que é uma das melhores performances deste que acompanho desde seu início de carreira.
Brilhante e interessante a desenvoltura do compositor que sempre se soube tímido ao extremo; emerge um Djavan maduro, a ponto de não oferecer o mesmo show: no segundo dia de espetáculo, ele já havia mudado a ordem da apresentação das músicas. Pessoas de todas as idades vibravam e dançavam com ele. “Vamos dançar?” Sim, vamos dançar! Depois de embevecer a plateia e homenageá-la, muito sedutor e gentil como sempre, fez com que esta esquecesse a cerimônia imposta pelo local escolhido para os shows, e djavaneasse freneticamente, sem pensar em mais nada.
Por muito ter-se falado sobre o perigo de regravar clássicos maravilhosos da MPB, a grande dificuldade para escolha sublinhada pelo próprio artista, e não se saber o que esperar do desenvolvimento do projeto no palco, muito grata foi a surpresa! O que se viu foi um público fazendo solo, em vários momentos, para Djavan usar sua voz como melhor lhe aprouvesse. Uma voz que alcança notas muito altas, que sempre surpreende a cada turnê, pois se mostra maravilhosa ainda como no início da carreira. O fato de o cantor fazer questão de não esconder a idade, no que faz muito bem, aumenta a expectativa de todos e, depois, o deslumbramento da sua plateia ao vivo. Djavan é como vinho…
Ele tocava as mãos das fãs, estendidas em sua direção, o que terminantemente configurava e consolidava sua relação com seu público: apoio, êxtase e incentivo a mais uma turnê começada há pouco em São Paulo e já carregada de adjetivos indescritíveis. Tamanha foi a ebulição provocada no público, que a fila para visita ao seu camarim fez-se imensa após o término do espetáculo. Ele, como sempre, recebeu convidados famosos e anônimos com a costumeira cordialidade e paciência, enquanto foi possível … agora também com a nova felicidade de Ária.
” Vamos dançar?”

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